Internautas de Roraima começaram imediatamente uma campanha para arrecadar chocolates e doar ao delegado
No mesmo país do Alberto Youssef, do Paulo Roberto Costa, do Nestor Cerveró e do Eduardo Cunha, uma faxineira de 32 anos foi detida, acusada de furto qualificado de um chocolate que estava na mesa do delegado-corregedor Agostinho Cascardo, da Polícia Federal de Roraima.
A acusada retirou o bombom de uma caixa e comeu. Ao sentir a falta da guloseima, a autoridade policial resolveu analisar as imagens das câmeras de segurança da sala e obrigou E.R.S. a pegar a embalagem do chocolate na lata do lixo – para servir como “prova do crime”. A acusada trabalhava para uma empresa terceirizada que presta serviço à Polícia Federal e foi demitida por justa causa. O caso, revelado ontem, ganhou repercussão em redes sociais.
Os internautas de Roraima começaram imediatamente uma campanha para arrecadar chocolates e doar ao delegado. A campanha ficou conhecida como “Operação Sonho de Valsa”, numa alusão muito adequada às cinematográficas incursões dos federais em crimes de grande relevância.
A faxineira sustenta quatro filhos menores de idade.
Ouvida pela imprensa local, ela admitiu ter comido o chocolate mas confessou não imaginar que o delegado fizesse tanta questão de apenas um dos bombons.
Ela prestou depoimento por quase uma hora e assinou a “notícia-crime” se dizendo constrangida e envergonhada. Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Federal, o caso foi encaminhado para Brasília e a instituição não vai se posicionar sobre o assunto.
Como os crimes cometidos no Distrito Federal têm um tantinho mais de importância, alguém com um pouco de juízo na força policial sugeriu o arquivamento do caso ao Ministério Público Federal pelo “valor irrisório” do crime.
Em nota, a Diretoria Regional da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal em Roraima (ADPF-RR) negou que tivesse sido instaurado inquérito policial ou que tivesse sido feita autuação de flagrante ou de qualquer procedimento investigatório de natureza criminal.
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