Muita gente não dá bola para algumas premiações por não concordar com seus critérios de avaliação, mas fato é que elas ainda são bastante importantes em alguns setores por impulsionar a carreira dos vitoriosos.
O Brasil é o 5º maior país do mundo em tamanho e em população, mas, mesmo assim, continua “inexpressivo” em algumas áreas – tanto que algumas premiações se tornaram o Santo Graal de várias pessoas. A vitória se tornou muito mais importante do que a realização, em alguns casos.
Por isso, selecionamos três grandes prêmios mundiais que o nosso país ainda não trouxe para casa:
1. Oscar
O Brasil já ficou muito perto de ganhar o maior prêmio da indústria cinematográfica mundial. Apesar de termos algumas indicações no currículo, até hoje nunca voltamos de Hollywood com o careca dourado nas mãos – e isso se tornou quase uma obsessão.
Tudo começou em 1945, quando o saudoso Ary Barroso foi indicado ao prêmio de melhor canção com “Rio de Janeiro”, do filme norte-americano chamado “Brasil”. Só que a competição era enorme: outras 11 músicas estavam na disputa, e a estatueta acabou nas mãos de Jimmy Van Heusen e Johnny Burke, por “O Bom Pastor”, o filme mais premiado daquele ano.
Em 1963 foi a vez de “O Pagador de Promessas” chegar quase lá. O primeiro longa-metragem genuinamente nacional indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro perdeu para uma produção francesa, mesmo tendo saído da França, no ano anterior, com o cobiçado prêmio principal no Festival de Cannes.
"O Pagador de Promessas": clássico filme nacional dirigido por Anselmo Duarte ganhou a Palma de Ouro em Cannes, mas não trouxe a estatueta do Oscar
Na década de 90, emplacamos três indicações na mesma categoria – era a retomada do cinema nacional depois de um período conturbado. As indicações a melhor filme estrangeiro de “O Quatrilho”, em 1996, “O Que É Isso, Companheiro?”, em 1998, e “Central do Brasil”, em 199, colocaram o país de volta no cenário mundial. Esse último ainda conquistou uma inédita indicação a melhor atriz para Fernanda Montenegro.
Na década de 2000, foi a vez dos curtas-metragens. “Uma História de Futebol” concorreu na categoria live action, em 2001, e “A Aventura Perdida de Scrat” emplacou na de animação, em 2004. Só que esse desenho era produzido nos EUA, apenas com direção de um brasileiro, Carlos Saldanha.
"Uma História de Futebol": história fictícia baseada na infância de Pelé concorreu a melhor curta-metragem em 2001
O maior feito, entretanto, foi em 2004. Depois de ignorar “Cidade de Deus” na categoria de melhor filme estrangeiro no ano anterior, a Academia surpreendeu ao indicá-lo em quatros quesitos: melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia e melhor edição. Infelizmente não ganhou nenhum, mas foi um grande marco, não acham?
Nos últimos anos, “Lixo Extraordinário” foi indicado a melhor documentário, em 2011, e Carlinhos Brown e Sergio Mendes emplacaram uma canção de “Rio”, no ano seguinte, entre as duas finalistas – e mesmo assim não ganharam. Para 2016, as apostas são altas em “Que Horas Ela Volta?”, que várias bolsas de aposta garantem que ganhará indicação a melhor filme estrangeiro. Será que dessa vez a gente consegue?
"Que Horas Ela Volta?" é a esperança nacional para o próximo Oscar
2. Medalha de ouro olímpica no futebol
O Brasil é uma das maiores potências do futebol – apesar do fiasco das últimas seleções. Só o nosso país esteve presente em todas as edições da Copa do Mundo, que começou em 1930. No maior campeonato mundial do esporte, nós somos imbatíveis. Conquistamos a taça nada menos que cinco vezes!
Fomos campeões em 1958 (na Suécia), em 1962 (no Chile), em 1970 (no México), em 1994 (nos EUA) e em 2002 (na Coreia do Sul e no Japão). Apesar disso, perdemos nas duas vezes que sediamos o evento (em 1950 e em 2014). Só a Alemanha e a Itália, com quatro títulos cada um, ameaçam a hegemonia brasileira.
Copa do Mundo de 2002: Cafu segura a taça do pentacampeonato
Apesar de tantas glórias, nas Olimpíadas a história é bem diferente... O futebol é considerado um esporte olímpico oficialmente desde 1908, mas o Brasil até hoje nunca conseguir ganhar uma medalha de ouro na categoria. O máximo que conseguimos até agora foram três amargas medalhas de prata, após derrotas nas finais de 1984 (para a França), 1988 (para a União Soviética) e 2012 (para o México).
Ano que vem teremos mais uma oportunidade de conquista a tão sonhada medalha dourada – e desta vez jogando em casa, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Mas se lembrarmos de nossos resultados em grandes competições que aconteceram em solo nacional, nós podemos esperar sentados, não acham?
Medalha de prata em 2012 foi um balde de água fria no torcedor brasileiro
3. Nobel
O Prêmio Nobel é concedido por comitês da Suécia e da Noruega que escolhem destaques de todo mundo em diferentes categorias. São laureadas as pessoas que contribuem para a humanidade através da Física, da Química, da Medicina, da Economia, da Literatura e da Paz. É um dos mais estimados prêmios em todo o planeta, mas o Brasil nunca foi reconhecido como vencedor.
Ou melhor, quase nunca. Por questões burocráticas, um prêmio que poderia ser dito como brasileiro consta na lista de vitória do Reino Unido. Nascido em Petrópolis (RJ), em 1915, Peter Brian Medawar ganhou o Nobel da Medicina em 1960. Então por que o prêmio não é “nosso”?
Brasileiro de nascimento, Peter Medawar conquistou o Nobel da Medicina
Acontece que a família de Medawar veio da Inglaterra dois anos de ele nascer; assim, ao ser registrado, ele tinha dupla cidadania. Quando completou 13 anos, eles voltaram para a Europa, e o então adolescente começou a se destacar nos estudos. Ao completar 18 anos, ele precisava retornar ao Brasil para o alistamento militar obrigatório.
Como ele estava engajado nos estudos, decidiu permanecer por lá. Medawar até tentou conseguir uma liberação dessa obrigação, mas não conseguiu. Por nunca mais ter retornado ao país, ele perdeu a nacionalidade brasileira – e o Brasil perdeu de ter o nome no hall da fama do Prêmio Nobel. É mole?
Medawar ganhou o Nobel pelos estudos que ajudaram a combater a rejeição de órgãos transplantados
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